28 de ago. de 2011

Estudo de caso: Apple e eu

Foram muitos anos até minha mais recente aquisição: um MacBook Pro. Comprar um Mac sempre me pareceu uma extravagância. Coisa para quem tinha dinheiro sobrando e disposição para ter um equipamento lindo e menos útil do que qualquer coisa rodando a tristeza visual que é o Windows. Até que o dia chegou. Eu já não podia conter o desejo - declaradamente irracional - de abraçar definitivamente o mundo do tio Steve.

Tudo começou com o iPhone, o mais brilhante dos meus momentos de delírio consumista. Hoje ele é quase um pet... fomos feitos um para o outro. Mas o iPhone não foi suficiente para preencher o vazio. Um belo dia tudo me pareceu sem graça e indigno do meu suado dinheiro, menos o utópico e caríssimo fruto proibido: a maçã. Eu precisava me assumir. Precisava por fim ao platonismo e encarar meus desejos mais profundos e reprimidos. Eu precisava de um Mac.

Seguindo orientações de uma pessoa mais ponderada que eu, decidi aguardar longas 48 horas após esse surto de consumo, torcendo para que ele não arrefecesse. Antes do fim do prazo, um clique me deixou a pessoa pobre mais feliz do mundo. Levou menos de dez dias. Lá estava ele sobre o sofá, gritando, esperneando: "love me!"

Tirar esse MacBook de dentro da magnífica caixa da Apple valeu o dinheiro. Eu juro. Foi uma experiência que o dinheiro não paga. Eu odeio partos, mas imagino que ver essa coisa linda pela primeira vez foi algo próximo da emoção da maternidade. Tanto que, minutos depois, quando tive que sair para dar aula, reembalei a criança na esperança de voltar para casa mais tarde e repetir a dose.

Deste dia em diante, nos meus primeiros momentos de mac user, uma coisa tem me chamado a atenção: a facilidade.

Quantas e quantas pessoas me assustaram ao longo dos anos... Após dois dias inteiros na companhia do meu MacBook, afirmo que não há nada que ele não possa fazer. Ao longo dos anos eu comprei a mentira dos lobbystas do tio Bill, até que finalmente tomei a pílula vermelha... E cá estou eu fazendo exatamente as mesmas coisas que costumava fazer no computador (e digo que são bem variadas), só que com estilo, com design, com tudo assustadoramente bem pensado, redondo...

A intenção inicial deste post não era elogiar meu brinquedo novo, mas não consegui me conter. Comecei a escrever apenas para registrar uma data que ficará marcada na minha memória.

O primeiro dia que passei com meu primeiro Mac (pois sei que muitos ainda virão), foi também o dia que Steve Jobs deixou a presidência da Apple. Estranho que eu tenha tido apenas algumas horas para compreender, na prática, a genialidade desse produto, e do legado desse cara. A foto que vazou na internet foi triste, mas torço, de forma até egoísta, para que ele se recupere, e crie mais produtos geniais, e me deixe mais pobre, e mais feliz.

4 comentários:

  1. Muito bem!!! Agora você faz parte de um seleto grupo de usuários que escolheu seu sistema operacional pela qualidade e não por pressão do mercado.

    O mundo vai se tornando um lugar melhor na medida em que o monopólio do Windows enfraquece. Não digo isso pelo Windows em si, mas pelo fato do monopólio de qualquer produto ser ruim para a sociedade.

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  2. Herere... mas não vá pensando que vou usar linux hererer....

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  3. Muito boa a sensação de Desempacotar um produto apple!

    É tudo muito bem pensado ate mesmo neste minimo detalhe que é o "unbox"!!

    Gostei bastante do texto!!
    =D

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  4. Valeu! Estou há quase um ano com este Mac e ele é perfeito rsrsrs...

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