15 de jan. de 2009

Sergei Rachmaninov (1873 - 1943)

Modernistas como Prokofiev já faziam sucesso em sua época. Sobre esta nova música que surgia, Sergei Vasilievich Rachmaninoff dizia ser feita com a cabeça, e não com o coração, pois os compositores pensavam mais do que sentiam. Nesse cenário, Rachmaninov foi de fato o último grande representante do Romantismo tardio na música clássica. Além de maestro, foi um pianista de destaque. Por isso mesmo o piano aparece com destaque em sua obra, seja como instrumento solo ou em conjunto.

Nascido na aristocracia russa, filho de pianistas amadores. Começou a ter aulas de piano aos quatro anos. Estudou no conservatório de São Petersburgo antes de se mudar para Moscou sozinho para ter aulas com diversos professores. Desde cedo mostrava talento para a composição. Enquanto era estudante compôs seu primeiro Piano Concerto e algumas peças de piano, como Prelude in C-sharp, aos 19 anos. Ainda em Moscou, conheceu Tchaikovsky, que se tornou uma espécie de mentor. Quando este faleceu, em 1893, é dito que Rachmaninov se aprofundou na composição. Mas a apresentação de sua primeira sinfonia foi um fiasco. Esse fato, somado à objeção da Igreja Ortodoxa em seu casamento com a prima, Natalia Satina, contribuiram para uma severa depressão que durou três anos, período em que não compôs. Tudo começaria a mudar com um convite para atuar como maestro assistente em uma companhia de ópera, onde ganharia experiência e confiança. Em 1900 iniciou um curso de terapia autosugestiva com o psicólogo Nikolai Dahl, que curiosamente era músico amador. O bloqueio que sofria com a composição foi rompido nesta época. O resultado foi o belíssimo Piano Concerto nº2, dedicado ao Dr. Dahl. A peça foi bem-recebida, assim como Rachmaninov como solista.

Em 1902 conseguiu se casar com Natalia. Apesar de um romance com uma jovem cantora em 1916, o casamento durou até sua morte. Se apresentou nos Estados Unidos pela primeira vez em 1909, como pianista, se tornando conhecido lá. Para a ocasião, compôs o Piano Concerto nº3.

Com a Revolução Russa, em 1917 Rachmaninov deixou o país juntamente com sua esposa e duas filhas, não retornando mais. Morando em Copenhagen, ele percebeu que provavelmente conseguiria mais estabilidade como performer do que como compositor. No fim de 1918 recebeu propostas para lucrativos contratos nos Estados Unidos. Apesar de rejeitá-los, viu naquele país uma possível solução para suas preocupações financeiras. No mesmo ano partiu para New York. Neste período apresentou 40 concertos em quatro meses. Em 1921 comprou uma casa no país, onde ele sua família recriaram a atmosfera de sua terra natal.

Devido a sua carreira de pianista, Rachmaninov passou a compôr cada vez menos. Mas é dito que o principal motivo era que quando deixou a Rússia, deixou para trás também sua inspiração. Sua retomada como compositor aconteceu quando contruiu para si um novo lar, na Suíça, onde passou os verões entre 1932 e 1939. Lá compôs Rhapsody on a Theme of Paganini, um de seus trabalhos mais conhecidos.

Adoeceu durante um concerto em 1942. Foi diagnosticado um melanoma em estágio avançado, mas somente a família sabia, ocultando a informação do compositor. Em 1943, ano em que ele e sua esposa se tornaram cidadãos americanos, estava claramente debilitado e realizou seu último recital: Chopin, Piano Sonata nº2, que contém a Macha Fúnebre.

Obra

"In my composition, no conscious effort has been made to be original, or Romantic, or Nacionalistic, or anything else. I write down on paper the music I hear within me, as naturally as possible. I am a Russian composer, and the land of my birth har influenced my temperament and outlook. My music is the product of my temperament, and so it is Russian music [...]. What I try to do, when writing down my music, is to make it say simply and directly that which is in my heart when I am composing. If there is love there, or bitterness, or sadness, or religion, these moods become part of my music, and it becomes either beautiful or bitter or sad or religious".
Sergei Rachmaninov, 1941, em sua última entrevista.

Dentre suas composições, Rachmaninov escreveu cinco trabalhos para piano e orquestra: quatro concertos mais Rhapsody on a Theme of Paganini. O segundo e o terceiro concerto são os mais famosos, sendo este último considerado um dos mais difíceis concertos para piano. O Segundo é uma das minhas músicas favoritas. É para deixar sem palavras mesmo.

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